Belo Monte e outras barragens no Xingu - A usina hidrelétrica de Belo Monte voltou à pauta de discussões, ontem, em Altamira, em audiência pública promovida pelo Ibama. Em duas reuniões com a comunidade foram discutidos aspectos sociais e ambientais que deverão constar no termo de referência que irá balizar a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (Rima) de Belo Monte.
A pergunta que não quis calar na reunião: a Eletrobrás planeja ou não construir no futuro outras barragens para o rio Xingu, além de Belo Monte?
O representante da Eletrobrás na audiência, Paulo Fernando Rezende, coordenador dos Estudos de Impactos Ambientais, garantiu que não.
Mas os representantes do Ibama na reunião corrigiram: a Eletrobrás tem, sim, um inventário, apresentado na década de 80, em que aparecem sete barragens projetadas no Xingu, uma delas com um reservatório de mais de seis mil quilômetros quadrados, quase 20 vezes o tamanho do lago de Tucuruí.
Por conta desse documento, os opositores de novas barragens na Amazônia apostam que, se a usina de Belo Monte for mesmo construída, abrirá as porteiras do rio Xingu para vários barramentos.
O Ibama informou na reunião que aguarda a revisão do inventário da Eletrobrás para confirmar se virão ou não as outras usinas. A conferir.
(O Liberal – coluna Por Dentro - 30/08)
One response to “Mais barragens no Xingu?”
Mapas obtidos do novo inventário hidrelétrico do rio Xingu, atualmente na sua fase final, mostram que há 2 alternativas sendo consideradas - cada um projeta 3 ou 4 novas hidrelétricas ao montante de Belo Monte - Altamira, Pombal, São Felix, e possivelmente Montante Jarina. A diferença é o tamanho das barragens, e consequentemente a capacidade de geração e área inundada e de cada uma. Qualquer alternativa inunda milhares de kilômetros quadrados, territórios indígenas e unidades de conservação. O silêncio da Eletrobrás sobre estes estudos é evidência que apenas aguarda a saída dos Termos de Referência dos estudos para Belo Monte antes de revelar os planos para o futuro energético da bacia.
Postar um comentário