sexta-feira, 14 de março de 2008

Fórum de Competitividade vai acelerar crescimento econômico

Da Redação
Agência Pará

Identificar e eliminar entraves ao crescimento da economia paraense, tornando a produção mais competitiva. Com esse objetivo foi lançado pela governadora Ana Júlia Carepa na tarde desta quarta-feira (12), no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, o Fórum Paraense de Competitividade (FPC), na presença de cinco secretários de Estado, presidentes da Sudam, Banco da Amazônia (Basa) e Banpará, diretor de Energia da Companhia Vale, Tito Martins, presidentes de federações de classe e sindical, prefeitos, deputados e empresários. O Fórum reúne 28 representantes de diversos setores produtivos e instituições públicas e de fomento.

A governadora Ana Júlia Carepa destacou o desafio de conciliar crescimento econômico com distribuição de renda, e enfatizou que todas as ações do atual governo convergem para atingir este objetivo "de forma sustentável, sem destruir nossos recursos naturais".

Ana Júlia Carepa falou sobre o zoneamento territorial que norteia as ações de desenvolvimento no Estado e a valorização do capital humano, como agente essencial de desenvolvimento. "Assim é que conseguimos, junto ao presidente Lula, a construção de mais uma universidade federal do Pará, no oeste do Estado", informou.

Sobre a infra-estrutura educacional e tecnológica, Ana Júlia Carepa destacou a construção, pelo governo do Estado, de três parques de ciência e tecnologia (em Belém, Marabá e Santarém) e o programa NavegaPará, que, por meio de convênios com a rede de fibra óptica Metrobel e a Eletronorte, levará internet de alta velocidade a 2 milhões de pessoas em 15 municípios, até agosto próximo, e a 60 cidades até o final do ano.

A governadora também informou que o novo presidente da Eletrobrás, José Antônio Lopes, que toma posse na próxima segunda-feira, anunciou a instalação de uma agência da empresa em Belém, fazendo jus aos investimentos em energia programados para o Estado.

Convênios - Como parte das ações ligadas ao desenvolvimento, Ana Júlia Carepa assinou dois decretos: um que permite às pequenas e médias empresas venderem para o governo do Estado; e outro que cria uma comissão destinada a eliminar os impedimentos, para que estas empresas sejam incluídas no programa de compras governamentais do Pará.

Além disso, a governadora assinou uma mensagem à Assembléia Legislativa, em que retira a Companhia de Desenvolvimento Industrial (CDI) da condição de "em liquidação" e garante a atuação da empresa como órgão de fomento por meio de distritos industriais.

No ato da assinatura, Ana Júlia Carepa anunciou a construção do Distrito Industrial de Santarém, que terá recursos iniciais de R$ 3,6 milhões; a conclusão da segunda fase do Distrito Industrial de Marabá (R$ 7,2 milhões), obras de reforma emergencial do centro de convenções do Distrito de Ananindeua (R$ 3 milhões) e obras no Distrito Industrial de Barcarena (R$ 6,3 milhões).

O titular da Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect), Maurílio Monteiro, destacou que o Fórum se insere num projeto amplo de implantar no Pará um novo modelo de desenvolvimento e que, para isso, é preciso que o Estado cresça mais que a média nacional. Maurílio lembrou que, entre 2007 e 2011, a expectativa de crescimento anual do PIB brasileiro é de 5% ao ano. Para embasar este crescimento, é necessário investir pesado na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a média de FBCF no Brasil deverá ser de 22% do PIB nacional. "Para crescer acima da média nacional, e considerando que o PIB paraense, em 2008, alcançará R$ 47 bilhões, necessitamos que R$ 11,75 bilhões sejam destinados à Formação Bruta de Capital Fixo", destacou o secretário.

Para tanto, o governo do Estado focará os investimentos na indústria extrativa mineral, na indústria de transformação, infra-estrutura, construção residencial e em programas governamentais.

Maurílio Monteiro também destacou que, entre 2007 a 2010, os investimentos em extração mineral deverão atingir R$ 52,7 bilhões no Brasil. Destes, R$ 21,4 bilhões devem ser no Pará.

No setor de infra-estrutura, o Pará receberá, no âmbito do PAC, investimentos necessários à conclusão das eclusas de Tucuruí, viabilização da Hidrovia do Tocantins, ampliação portuária em Barcarena, pavimentação asfáltica da rodovia Transamazônica, trecho Marabá / Rurópolis, e o asfaltamento da rodovia BR-163 (Santarém-Cuiabá).

Energia - Em infra-estrutura energética, somente nas ações preparatórias para a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, até 2010, deverão ser investidos R$ 2,2 bilhões. Para a construção da linha de transmissão interligando Tucuruí a Macapá (AP) e Manaus (AM), serão investidos R$ 2,26 bilhões e, na interligação Norte-Sul (que cortará os Estados do Pará e Tocantins) o investimento será de R$ 458 milhões.

Com as obras de saneamento e construção residencial, estes valores ganham mais cerca de R$ 3 bilhões, o que desenha um cenário privilegiado para o desenvolvimento do Pará nos próximos três anos. "É com base na ampliação das taxas de crescimento econômico, na ampliação da Formação Bruta de Capital Fixo, elevação do capital humano e o capital social - aliado a uma estratégia de exploração dos recursos naturais mais qualificada e sustentável - que se pode elaborar um programa duradouro de criação de vantagens competitivas. Não se pode estabelecer tal interação sem que se coloquem os agentes locais como atores privilegiados do processo de desenvolvimento econômico e social", destacou Maurílio Monteiro.

Tito Martins, diretor-executivo de Assuntos Corporativos e Energia da Vale, destacou que o Pará deverá ser o Estado brasileiro que mais crescerá nesta década e na próxima. "O Estado tem uma economia pujante e visibilidade internacional. É uma oportunidade histórica, e, para tanto, é preciso que haja uma maior rapidez nos processos e nas decisões", ressaltou.

O diretor da Vale destacou entre os entraves ao crescimento das taxas projetadas a infra-estrutura e logística, energia e treinamento e capacitação de mão-de-obra. "Está claro que o Pará e o Brasil vão precisar de fontes alternativas de energia; só Belo Monte não vai resolver. Além disso, é um enorme desafio treinar e qualificar a mão-de-obra demandada para o Pará nos próximos três anos, como correspondência aos mais de US$ 20 bilhões programados para investimentos só no setor mineral", acentuou.

Entre os membros do Fórum Paraense de Competitividade falaram empresários e presidentes de bancos e instituições de fomento. Os empresários destacaram a necessidade de obras de infra-estrutura, como ampliação dos portos. Representantes do Basa, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Sudam destacaram os investimentos programados para o Pará, principal Estado da Amazônia Legal e que concentra a maior parte dos recursos.

Texto: Edson Coelho - Sedect

(Agência Pará)

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