A excessiva dependência das hidrelétricas é apontada por relatório da consultoria internacional Frost & Sullivan como principal fator de risco ao setor energético brasileiro. O documento, assinado pelo consultor Jorge de Rosa e divulgado no fim de 2007, alerta para o risco de racionamento antes de 2010, caso a estiagem prossiga. Como não há tempo hábil para novas obras nem gás natural para gerar todas as térmicas, dizem especialistas, no curto prazo o País terá de contar com ´a ajuda de São Pedro´, aponta.
´Parte importante da solução passa por uma maior diversificação da matriz energética´, diz Rosa, que defende maiores incentivos a fontes alternativas, como biomassa, eólica e nuclear. Em 2005, por exemplo, 91% da capacidade geradora de energia do País era proveniente de hidrelétricas. Mesmo as alternativas atuais não têm se mostrado eficazes, pois não há gás natural suficiente para gerar todas as térmicas.
A expectativa é de disputa cada vez maior entre os diversos consumidores do combustível. ´É um momento de estresse dos mercados de energia e, principalmente, de gás, que será disputado pelos setores industrial e energético nos próximos meses´, aponta o professor Nivalde de Castro, do Grupo de Estudos em Energia Elétrica da UFRJ (Gesel). Em alguns casos, o ONS chegou a determinar a abertura de comportas para evitar danos às usinas. No Nordeste, o ONS está usando usinas a diesel, que foram construídas como seguro-apagão no período do racionamento.
(Diário do Nordeste - 08/01/08)
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