terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Polícia prende 7 pessoas durante invasão da Aneel



A Polícia Militar do Distrito Federal afirmou que "há informações" de funcionários da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que foram agredidos por manifestantes que ocuparam, esta manhã, o prédio do órgão regulador, por cerca de quatro horas. Segundo o tenente Ricardo Ferreira Napoleão, do Batalhão de Operações Especiais, pelo menos sete pessoas foram detidas, algumas delas algemadas, por acusação de agressão e dano ao patrimônio público. Entre elas estariam lideranças de vários movimentos.

O oficial afirmou que a polícia está fazendo um levantamento sobre as possíveis agressões e eventuais prejuízos à estrutura da Aneel, em Brasília.

Informações preliminares, de pessoas que acompanharam de perto o tumulto, dão conta de que os manifestantes desmontaram uma estrutura montada para recepcionar os participantes do leilão da hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira (RO) e a imprensa, porém não conseguiram avançar até o local onde será realizado o leilão.

Cerca de 300 integrantes da Via Campesina - organização sem fins lucrativos que luta pelos direitos de camponeses no mundo inteiro, enfocando questões como a reforma agrária, agroecologia e o fim de pesquisas e comercialização de transgênicos - invadiram na manhã de hoje, por volta das 6h15, a sede da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que realizará o leilão para a construção da primeira usina hidrelétrica no Rio Madeira.

O protesto é contra o leilão e, segundo o movimento, faz parte da "jornada de lutas nacional contra a privatização das águas e a atuação das transnacionais no Brasil".

Entenda o leilão

O leilão da Usina de Santo Antônio será realizado pela Aneel pelo sistema eletrônico, na sede do órgão em Brasília. Ganha quem oferecer a menor tarifa para a venda da energia, cujo preço teto é definido pelo Ministério de Minas e Energia.

O complexo hidrelétrico do Rio Madeira compreende, ainda, a construção de outras quatro usinas: a Usina Hidrelétrica de Jirau, também próxima a Porto Velho, capital do estado de Rondônia; uma usina binacional, chamada de Guajará-Mirim, na fronteira entre Brasil e Bolívia; e a usina Cachuela Esperanza, em território boliviano.

O leilão da segunda usina brasileira, de Jirau, está previsto para o início de 2008, em data ainda não confirmada pelo Ministério de Minas e Energia.

* Com informações de Eduardo Bresciani (Santafé Idéias), da Agência Brasil e da Agência Estado

(IG – 10/12/07)

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